Educação empreendedora nas escolas: Transformando jovens em protagonistas do futuro
Em um cenário de rápidas mudanças sociais e econômicas, a educação empreendedora desponta como uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens. Programas de educação empreendedora aumentam significativamente a capacidade dos jovens de identificar oportunidades, gerenciar recursos e inovar, oferecendo-lhes habilidades essenciais para o mercado de trabalho.
No Brasil, educadores comprometidos têm inovado e inserido práticas empreendedoras nas escolas. Um exemplo inspirador é o professor, capixaba Onildo Moraes, que integrou o tema em seu currículo através do evento Inovatim, realizado por uma universidade privada no município de Vila Velha, Espírito Santo. Durante essa experiência, os seus alunos do ensino médio desenvolveram projetos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como o projeto de reutilização sustentável de assentos de ônibus públicos. Esse projeto não apenas explora soluções para o meio ambiente, mas também aproxima os estudantes de desafios reais, incentivando o protagonismo juvenil.
Em uma entrevista concedida a time da rede fortalece, o professor Onildo compartilhou suas percepções sobre a importância do empreendedorismo para o desenvolvimento dos jovens nos dias de hoje:
“Vejo que o empreendedorismo na escola se torna fundamental quando o estudante é colocado como protagonista do processo de aprendizagem. Nossos alunos pesquisaram sobre o tema, criaram um projeto no Canva e, em seguida, desenvolveram esse projeto de forma alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Isso permitiu que eles conectassem suas ideias a causas relevantes e vissem a aplicabilidade prática do que criaram. Utilizamos o conceito de Comfort para estruturar o trabalho.”
Sobre o processo de desenvolvimento do projeto, ele comentou:
“Utilizamos os conceitos de empreendedorismo de uma maneira prática, sem seguir um processo rígido. Com a orientação dos professores da universidade privada, introduzimos alguns conceitos importantes e trabalhamos na plataforma Canva para criar nossos pitches. Assim, os estudantes participaram ativamente do processo, aprendendo a criar um projeto empreendedor com foco em impacto ambiental positivo e sustentabilidade. Eles se engajaram nas aulas, usaram grupos de WhatsApp para colaborar e realizaram pesquisas sobre empreendedorismo, contribuindo com ideias e, juntos, chegamos a um consenso para desenvolver o projeto.”
Quando perguntado sobre a contribuição da parceria com a universidade privada para o aprendizado dos estudantes, Onildo respondeu:
“Inscrevo anualmente os estudantes em atividades voltadas ao empreendedorismo, conectando-os ao mercado de trabalho e à prática empreendedora. A universidade privada fomenta o empreendedorismo e, neste ano, com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), os estudantes puderam criar projetos que minimizam impactos ambientais e são autossustentáveis. Essa parceria aproxima os alunos da realidade atual, dando-lhes uma visão prática e alinhada com temas importantes, como a sustentabilidade.”
Outro exemplo vem de Michael Rodrigues, professor de Direito e História, que liderou o projeto “Startupeiro de Sucesso”. Michael utilizou metodologias práticas, como a criação e simulação de empresas em sala de aula, oferecendo aos alunos do ensino médio a oportunidade de compreender e aplicar conceitos como plano de negócios e precificação. Para ele, a educação empreendedora vai além do conhecimento técnico: desenvolve senso crítico, criatividade e resiliência.
Em entrevista, ele comentou:
“O empreendedorismo desempenha um papel vital no desenvolvimento dos jovens, proporcionando-lhes ferramentas práticas para enfrentar os desafios do mundo dos negócios. Durante a eletiva, os alunos tiveram contato com conteúdos fundamentais, como legislação (Direito do Consumidor, Trabalhista e Empresarial), Administração (Plano de Negócios e Precificação) e Economia (Investimentos). Essas áreas prepararam os alunos não só para o mercado de trabalho, mas também para enfrentar o risco de fracasso comum entre pequenos empreendedores, tornando-os mais críticos e preparados para decisões empresariais e de consumo.”
Quando questionado sobre a mensagem que gostaria de passar para jovens que estão começando a empreender, Michael afirmou:
“Empreender sem planejar é planejar falhar. Essa frase, cujo autor não recordo, resume bem a mensagem que passamos aos alunos e se tornou um bordão durante a eletiva. O planejamento cuidadoso é a chave para o sucesso.”
Sobre a importância do estudo e da preparação, ele acrescentou:
“Sonhar grande é importante, mas um planejamento bem estruturado é o que transforma esse sonho em realidade. Estejam dispostos a aprender e adaptar-se ao longo do caminho.”
Por fim, ao ser perguntado sobre recomendações para quem quer se aprofundar no tema do empreendedorismo, Michael destacou:
“Um dos nossos alunos indicou o livro Startup Enxuta, de Eric Ries, que acabou sendo uma valiosa contribuição para o projeto. O aluno compartilhou suas impressões sobre a obra e nos ajudou a incorporar algumas das estratégias e conceitos do livro nas aulas, como o foco na eficiência e a importância de adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado. Essa troca foi enriquecedora tanto para os professores quanto para os demais alunos.”
Essas iniciativas de ensino são conhecidas como educação empreendedora e ensino empreendedor. Embora possam parecer similares, existem nuances importantes. A educação empreendedora é voltada para ensinar os alunos a reconhecerem e resolverem problemas, enquanto o ensino empreendedor, focado em disciplinas específicas, oferece habilidades técnicas de empreendedorismo. Ambos são fundamentais para o desenvolvimento de competências que os jovens podem aplicar em diferentes contextos, tornando-os mais críticos e conscientes de seu potencial transformador.
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